CURADORIA

Coletiva de Artes Visuais de Jaraguá do Sul

A arte é tudo, mas não é qualquer coisa.
David Allen

Desde os princípios dos tempos a arte vale-se de uma grande variedade de mídias, como o desenho e a pintura, a escrita, a música e a dança, o teatro e a escultura, a fotografia e o cinema (cada qual a seu tempo, obviamente). Entretanto, somente no século XV, com Giorgio Vasari (1511-1754), foi organizada a primeira exposição que se tem conhecimento, quando pôde a Arte Ocidental ser catalogada e estudada, em suas diferentes nuances, apresentando ao leigo suas múltiplas faces, interligadas, produto da necessidade do ser de expressar sua devoção, alegria e outras emoções da alma.
Considera-se que, no início da civilização, a Arte teria principalmente funções rituais, mágicas, mas ao longo dos séculos e diferentes culturas, conceito e função mudaram de maneira importante, adquirindo componentes estéticos, sociológicos, lúdicos, religiosos, morais, mercantis, experimentais, pedagógicos, psicológicos, políticos e ornamentais, entre outros.
Arte (do latim ars, significando técnica e/ou habilidade) geralmente é entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada a partir da percepção, das emoções e das ideias, com o objetivo de estimular essas instâncias da consciência, dando um significado único e diferente para cada obra.
Após Vasari, os Salões ganham força na França, passam pela Academia e, a partir da Missão Artística Francesa de 1816, chega ao Brasil e se confirma na forma das Exposições Gerais, após 1840 e dos Salões, depois da República e já no século XX. Tivemos, então, o Salão Nacional de Belas Artes, o Salão Revolucionário de 31, a Divisão Moderna, em 1940, o Salão Nacional de Arte Moderna e a Bienal Internacional de São Paulo, ambos em 1951 e o novo Salão Nacional de Artes Plásticas, resultado da fusão do Salão Nacional de Belas Artes e do Salão Nacional de Arte Moderna. A arte está sempre presente, registro da passagem do Ser sobre a face da Terra, mostrando suas crenças, idiossincrasias, habilidades, culturas... Ou não, parodiando Caetano...
Embora, em 1988, já apareça registro em currículos artísticos da realização do III Salão de Artes Plásticas de Jaraguá do Sul, a arte local ganha impulso com a criação, em 10 de novembro de 1992, da Associação Jaraguaense de Artistas Plásticos – AJAP –, que realiza exposições coletivas anuais, algumas temáticas, como a exposição Jaraguá do Sul nos 500 anos do Brasil, em 2000 e a Mostra Itinerante de Artes Plásticas; Jaraguá das Águas, em 2004; Tramas, em 2006; Aromas, em 2008... Importante representatividade traz, a Jaraguá do Sul e região, o 1º Salão de Arte Contemporânea Luiz Henrique Schwanke, em 2002, o Projeto Schwanke 2005 – Perspectiva das Artes Plásticas em Santa Catarina e a Perspectiva 2006 – Coletiva de Artes Plásticas de Jaraguá do Sul e Região, entre outros.
Em 2011, o Mapeamento das Artes Visuais Jaraguaense trouxe a público seis artistas que contribuíram na história da cidade e 53 atuantes nas artes visuais: esse universo criador está em parte representado nesta Coletiva de Artes Visuais de Jaraguá do Sul, que apresenta nossos valores nas áreas de desenho, pintura, cerâmica, fotografia, escultura, objeto, instalação... Oxalá veja o público a nossa Arte aqui bem representada, pois que pretende ser perene essa Coletiva, conquista da comunidade artística frente ao Conselho Municipal de Cultura e Fundação Cultural, por intermédio dos Editais de Cultura.
Inacio Carreira, curador.


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